24 março 2014

Ações do Ministério Público Federal questionam registro de nove agrotóxicos

Entre as substâncias contestadas estão o glifosato e o 2,4-D, herbicidas de maior utilização no país




O Ministério Público Federal entrou nesta segunda, dia 24, com uma ação na Justiça Federal pedindo que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspenda os registros de oito agroquímicos utilizados amplamente nas lavouras brasileiras, entre eles o glifosato. A outra ação exige que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reavalie a utilização do defensivo 2,4-D, aplicado para combater ervas daninhas de folha larga nas plantações de milho e soja.



A primeira ação questiona oito princípios ativos que fazem parte de uma lista de 14 ingredientes apontados pela própria Anvisa, ainda em 2008, como potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente. São eles: parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram, paraquate e glifosato. Com exceção deste último, que é o mais utilizado no Brasil, os demais já foram proibidos na União Europeia, Estados Unidos ou China. Mesmo assim, continuam presentes em agrotóxicos empregados em diferentes tipos de lavoura no país.

Na segunda ação civil, o MPF contesta o registro do herbicida 2,4-D e pede que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) seja proibida de liberar a comercialização de sementes transgênicas resistentes à substância até um posicionamento definitivo por parte da Anvisa.

Em resposta à recomendação expedida pelo Ministério Público Federal em dezembro do ano passado, a agência reguladora se comprometeu a concluir o trabalho até o final do primeiro semestre de 2014. O 2,4-D é um dos componentes do chamado agente laranja, utilizado pelos Estados Unidos durante a guerra do Vietnã.

Perigo


Em relação aos oito ingredientes constestados na primeira ação do MPF, a Anvisa admitiu a necessidade de promover sua reavaliação toxicológica ao publicar a Resolução RDC 10/2008. Dos seis ingredientes reavaliados, quatro foram banidos do país por serem altamente tóxicos: triclorfom, endossulfam, cihexatina e metamidofós. A substância fosmete foi reclassificada como extremamente tóxica, o que restringiu seu uso no mercado nacional, assim como o ingrediente ativo acefato, que teve seu registro mantido, mas com restrições.

O caso do herbicida 2,4 D é igualmente relevante, alega o MPF. Investigações realizadas pelo órgão apontam a existência de fortes dúvidas científicas sobre os efeitos nocivos do princípio ativo no meio ambiente e na saúde humana. Estudos e pesquisas recentes associam potencialmente o consumo do agrotóxico a mutações genéticas, má-formação embrionária, contaminação do leite materno, distúrbios hormonais e câncer, entre outros problemas.

A necessidade de reavaliação do registro do agrotóxico no Brasil também já foi reconhecida pela Anvisa, ainda em 2006, durante reunião com representantes do Ibama, Ministério da Agricultura, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola e Ministério Público Federal. Até hoje, no entanto, a agência não emitiu informações conclusivas sobre a interferência endócrina, metabólica e reprodutiva provocada pelo 2,4-D.

Transgênicos


Informações colhidas pelo MPF em inquérito civil e audiência pública indicam que a liberação comercial de sementes de soja e milho geneticamente modificadas para resistir ao 2,4-D pode desencadear um efeito multiplicador no emprego e consumo do agrotóxico. Diante disso, e baseado no princípio da precaução, o MPF recomendou, em dezembro de 2013, que a CTNBio aguardasse as conclusões da Anvisa para decidir sobre o tema.

19 março 2014

Setor do leite aposta no planejamento e no manejo para garantir a produção em Minas Gerais

Após seca atípica que castigou as pastagens e a produção de leite, pecuaristas do Estado acreditam na recuperação dos preços


A chuva que voltou a cair no interior de Minas Gerais deve trazer tranquilidade aos produtores de leite da região. Com a seca fora de época, os agricultores foram obrigados a refazer o planejamento da produção, o que mudou o manejo nas propriedades.



Em 2013, o clima estável e o estímulo a produção resultaram em excesso de estoque de leite nos laticínios no mês de dezembro. A seca atípica nos meses de janeiro e fevereiro deste ano castigou as pastagens e a produção caiu, em média, 10% principalmente no Triângulo Mineiro. Isso ajudou na retomada dos preços que estavam em queda. Segundo o zootecnista, Paulo Amaral, a chuva chegou com atraso, mas ainda pode fazer a diferença.

– Para quem planta milho, hoje, seria necessário chuva até meados do mês de maio. A chuva veio e deu confiança para plantar, mas ainda assim seria necessário um volume de chuva considerável nos próximos dois meses. Sem essa chuva as perdas serão catastrófico para o produtor de leite – disse o zootecnista.

O zootecnista alerta que o custo este ano já é maior do que no ano passado. Amaral orienta aos produtores para o cuidado com a nutrição das vacas, pois o tempo é curto, entre maio e junho começa novamente o período seco na região.

– Estamos orientando os produtores a produzirem safrinha, seja com sorgo ou com milho. Também devem procurar ter um planejamento para gastar uma quantidade menor de forragem, acreditando que este pode ser um ano em que forragem possa ser o balizador da eficiência ou não da produção de leite – diz Amaral.

Na fazenda Floresta no município de Araguari (MG), a produção diária passa de três mil litros. O produtor Leonardo Borba calcula que a queda nos preços do leite foi de 18% em quatro meses e agora o mercado volta a aquecer.

– O preço do leite vem aumentando. Desde janeiro tivemos alta de pelo menos R$ 1,15. O mercado vem mostrando que está tendo melhoras dia apos dia e nós acreditamos muito nesta melhora. Os custos preocupam onde o mercado de insumos disparou – salienta Borba.

O produtor está revendo o planejamento de custos e vai trabalhar com insumos mais baratos, mas sem perder em produtividade.

– O planejamento vem na substituição adequação da nutrição das vacas. A vaca leiteira é um animal muito bom, que dá para fazer a conversão alimentar ser muito boa. Qualquer subproduto que você consegue colocar, a vaca consegue converter e consegue reverter isso em leite. Acredito que teremos um resultado muito bom – afirma o produtor.

O presidente da Cooperativa de leite Uberlândia do Estado, Cenyldes Vieira, diz que as mudanças climáticas dos últimos meses anteciparam o ciclo de captação dos laticínios e isso pode beneficiar os produtores.

– Em termos de captação de leite estamos vivendo um período que foi anunciado, antecipado deveria ocorrer em março e abri. Todos os laticínios na região já estão antecipando a formação das suas futuras escalas de captação para o período da seca e isso tem movimentado bastante o preço pago ao produtor. O preço está subindo ao produtor, mas a resposta do outro lado a nível de consumidor também. O consumo está em alta, estamos vendo um 2014 como mais um ano bom para o produtor de leite – destaca.

13 março 2014

Helicoverpa armigera não será eliminada tão brevemente, diz pesquisadora


A doutora em entomologia Jurema Rattes afirma que não será possível eliminar no curto prazo a Helicoverpa armigera. Ela explica que isso ocorre em função da resistência que a lagarta apresenta aos inseticidas, bem como a demora para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas.

“A Helicoverpa não será eliminada tão brevemente. Temos no Brasil inseticidas eficientes, mas a cada safra ela cria resistência e torna necessária a rotação, uma vez que o inseticida utilizado para eliminar a praga nesta safra já não terá o mesmo efeito na safra seguinte”, afirmou ela na abertura da Tecnoagro 2014, organizada pela Fundação Chapadão.

“Por não se ter eficiência no combate da lagarta, será necessário o monitoramente contínuo na safrinha do milho, já que a praga ataca diretamente a espiga e dificulta ainda mais o controle”, alerta Jurema.

11 março 2014

Helicoverpa é encontrada em pastagens em Camapuã



Após atacar culturas como a soja, o milho, o algodão e o café, agora foi confirmada a presença da lagarta helicoverpa em pastagens no Estado de Mato Grosso do Sul. Este é o primeiro caso tornado público nessa cultura, segundo informa o pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Chapadão Germison Vital Tomquelski.
Tomquelski explica que as coletas realizadas na região de Camapuã, ao norte de Campo Grande, foram enviadas para análise para determinar se trata-se da espécie armígera ou zea. O laudo deve ficar pronto dentro de 15 a 20 dias. A região concentra propriedades investindo em integração lavoura-pecuária, além de produtores de sementes de pastagens. A ocorrência da lagarta tem se dado nestas propriedades.
>> Técnico da Embrapa dá dicas sobre como identificar a lagarta– Uma hipótese é que, como é época de colheita de grãos e o alimento da lagarta torna-se escasso, ela está indo para as pastagens, que estão em fase de frutificação – aponta Tomquelski.Segundo o pesquisador, as lagartas estão atacando somente a semente das pastagens, o que preocupa os produtores de sementes.– Para o produtor que só usa a pastagens para alimentação do gado, esta pode ser uma preocupação menor. Mas na produção de sementes este vai ser um complicador.Com relação ao controle da lagarta, os produtores de sementes podem enfrentam outro problema: não há inseticidas de combate à lagarta registrados para uso nas pastagens, tal como há para algodão e grãos. Por enquanto, a recomendação é a utilização de medidas de controle biológico.

Retirado de: Fundação Chapadão

A TecnoAgro 2014 acontecerá dias 12 e 13 na Fundação Chapadão em Chapadão do Sul,MS

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Os preparativos para a realização da TecnoAgro 2014, esta em ritmo acelerado. A Fundação Chapadão e seus parceiros estão preparando para os dias 12 e 13 de março, a realização da TecnoAgro 2014, com foco no sistema de produção rumo a altas produtividades, com mais de 50 expositores e apresentação de cerca de 200 tecnologias, como: apresentação do sistema Integração Lavoura Pecuária-Floresta, novas cultivares de soja, híbridos de milho, sorgo girassol, máquinas, implementos, manejo do solo, controle de doenças e pragas, circuito de palestras versando sobre o manejo e controle da Helicoverpa e Falsa medideira, Recuperação de pastagens degradas, Sistema Integração Lavoura Pecuária, Sistema de produção, enfim é um momento único que nós produtores rurais teremos de avaliar as tecnologias divulgada pela Fundação Chapadão e empresas parceiras, afirma Adriano Loeff, presidente da Fundação Chapadão.
O evento acontecerá na sede da Fundação Chapadão, durante os dias 12 e 13 de março, no período das 07 às 17h, tem entrada franca e está localizado as margens da rodovia BR 060, Km 11 em Chapadão do Sul,MS.

Edson Borges – Diretor Executivo da Fundação Chapadão